Olimpíadas

De virada, Brasil bate os Estados Unidos na final e conquista o 11º título do Grand Prix

A final do Grand Prix 2016 de vôlei feminino trazia nada menos que Brasil e Estados Unidos, as seleções que decidiram as últimas duas edições das Olimpíadas (20008 e 2012).  Muito equilíbrio e rivalidade na grande decisão do último domingo, em Bangkok, Tailândia. Para alegria do povo brasileiro, o resultado também foi o mesmo das finais olímpicas. De virada, a seleção brasileira bateu as americanas por 3 sets a 2 e conquistou o 11º título da competição. O país computa 17 medalhas em 23 edições do torneio.

Triunfo importantíssimo para as comandadas do técnico Zé Roberto Guimarães a 26 dias para o início das próximas Olímpíadas. O título tira um pouco do peso desse elenco, que chega no Rio de Janeiro muito pressionado. A seleção é a atual bicampeão do torneio e jogará com o apoio do torcedor brasileiro.

Apesar do título, o Brasil não era o favorito para a conquista do Grand Prix. Sheilla e companhia não tiveram uma fase de grupos consistente e isso influenciou nos odds. Um triunfo brasileiro pagou 2,25 para cada real apostado. Melhor seleção da competição até a final, os Estados Unidos entraram em quadra como favoritos: o melhor odd de uma vitória americana pagava 1,80.

Domínio americano no início do duelo

As americanas começaram melhor a partida no primeiro set. Os saques fortes dificultavam demais a recepção do time brasileiro. As comandadas de Zé Roberto Guimarães também erravam demais: seis dos primeiros 15 pontos dos EUA foram de erros do Brasil, dois deles de saque.

Os Estados Unidos praticamente não saíram da liderança do placar no primeiro set. O time alternava vantagem confortável de quatro a cinco pontos. Era uma equipe consistente e muito bem organizada. O Brasil não deixava a seleção americana abrir tanto pela boa atuação das centrais: a bola rápida de meio da levantadora Dani Lins para a central Fabiana é uma das jogadas mais fortes desse time.

O time brasileiro parecia tenso. Thaísa foi a segunda central que mais pontuou no Grand Prix 2016, mas saiu de quadra zerada. Um dos principais nomes do país na atualidade, Sheilla também passou em branco. Sem sofrimento, as americanas fecharam o primeiro set em 25 a 18.

Reação brasileira liderada por Jaqueline

Insatisfeito, o técnico Zé Roberto mexeu na equipe. O treinador sacou Fernanda Garay e colocou Jaqueline em quadra. A mudança teve efeito logo de cara. Pouco aproveitada na fase final, a nova ponteira deu mais estabilidade para a recepção. Jaque incendiou o time brasileiro. Foi uma equipe completamente diferente no começo do segundo set. As boas jogadas do Brasil começaram a aparecer. A equipe dominou as ações e assumiu a liderança do placar já antes do primeiro tempo técnico. E não largou mais.

Mais relaxado, o Brasil foi administrando uma confortável vantagem de quatro pontos.  Os saques mortais da Thaísa voltaram a aparecer, o que dificultou demais a recepção americana. Sumida até então, a ponteira Sheilla fez o que se esperava dela: a camisa 13 foi a segunda maior pontuadora do segundo set. Os Estados Unidos sentiram o bom momento brasileiro. Erraram demais na parte final. Sem dificuldade, o Brasil fechou em 25 a 17.

Centrais brasileiras dominaram o terceiro set

O terceiro set teve um início equilibrado, com ligeira vantagem do time brasileiro. A líbero Leia foi o destaque inicial: defesas importantes que deram ao Brasil vários contra-ataques mortais. Zé Roberto voltou para a terceira parte da partida com Fernanda Garay e a camisa 16 retornou muito bem.

 

Aos poucos, a equipe brasileira foi abrindo vantagem. Um show. Como uma recepção consistente faz toda a diferença no vôlei! Absoluto, o Brasil foi explorando o que tinha de melhor: as bolas rápidas com as centrais. Fabiana e Thaísa castigaram constantemente e mantiveram a diferença de cinco pontos.

Na ansiedade de fechar logo o set, o time brasileiro forçou demais algumas bolas e cometeu erros. A inversão de 5-1 do técnico brasileiro não deu o resultado que se esperava. Os Estados Unidos foram encostando no marcador. Com a vantagem em apenas um ponto, (23 a 22), Zé Roberto desfez a inversão: Sheilla e Dani Lins voltaram para quadra. A levantadora fez a diferença no momento decisivo. Lins resolveu a parada com duas bolas rápidas para Thaísa. A central virou as duas e garantiu vitória brasileira no terceiro set: 25 a 23. Virada na Tailândia!

Empate americano no quarto set

As duas seleções exploravam demais as jogadas pelo meio, o que não é comum em uma final de torneio mundial. A central Fabiana era a maior pontuadora do jogo no início do quarto set (13 pontos); Akinradewo, central americana, era a segunda (12). 

 

Os Estados Unidos voltaram melhor no começo do quarto set. Larson e companhia abriram 12 a 9, mas o Brasil não deixou as americanas dispararem. A líbero Leia fazia uma partida memorável: salvou bolas incríveis e colocou as ponteiras brasileiras de volta na partida.

Foi o mais equilibrado dos sets até então: nenhuma das seleções conseguia abrir mais de um ponto de vantagem. Com o jogo empatado em 18 a 18, aconteceu o rali mais emocionante da partida: foram oito ataques, até a ponteira Kimberly Hill explorar o corredor e mandar a bola para fora.  Após o ponto brasileiro, o técnico mais uma vez apostou na inversão do 5-1. Novamente não funcionou. Roberta e Gabi entraram muito mal. Os Estados Unidos souberam explorar as fragilidades brasileiras. As americanas viraram o duelo com autoridade e fecharam o set em 25 a 22.

Brasil domina o set decisivo

Tie-break em Bangkok. Decisão digna do confronto de duas das melhores seleções da atualidade. O Brasil iniciou o set decisivo com ótimos saques, o que complicou a recepção americana e facilitou as coisas no campo defensivo. O bloqueio apareceu no momento certo, e a seleção brasileira abriu 10 a 5 até com certa tranquilidade. Com moral, a equipe brasileira não deu chance para as adversárias. Sheilla virou bolas decisivas; Fabiana colocou uma bola rápida de meio na quadra americana e garantiu o 11º título de Grand Prix da seleção brasileira: 15 a 9 no quinto e último set.

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